quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Como conduzir um grupo

A experiência em coordenar, observar, supervisionar e instrumentalizar profissionais no manejo de grupos nos permite afirmar que a grande maioria dessas atividades grupais são positivas no sentido da proteção à saúde do adolescente, independente da categoria profissional do técnico que as conduz ou de sua habilitação formal em coordenação de grupos operativos.

Médicos, enfermeiras, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e assistentes sociais, entre outras, podem desenvolver atividades grupais desde que tenham uma postura mental aberta e estejam verdadeiramente familiarizados com os valores que desejam desenvolver entre os adolescentes. Por exemplo: seria impossível a um profissional que lida com adolescentes desenvolver o “respeito” se este não estiver visceralmente presente na relação. Quando ocorre o fenômeno da “impostura” – por exemplo, quando falamos do respeito de uma forma desrespeitosa, o grupo não chega a se constituir, permanecendo apenas um agrupamento de pessoas. Não se criam vínculos, a comunicação fica ruidosa e a tarefa não presentifica-se.

Nesse sentido, podemos afirmar que a qualidade de um grupo não depende somente da habilitação do monitor ou coordenador, mas de sua disponibilidade interna de também se questionar e rever questões de seu mundo interno. Todas as vezes que observamos ou supervisionamos profissionais conduzindo grupos numa atitude mental aberta houve transformações em grupo, com vínculos, tarefa e projetos comuns.

Quando o profissional tem uma atitude psicológica fechada e permanece num agrupamento, tal agrupamento desfaz-se, perdendo-se assim uma excelente oportunidade de contribuir e ser contribuído, numa mutua sensação de rebaixamento da auto-estima.

Fonte: Adolescência e Saúde III - Comissão de Saúde do Adolescente - SES

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