sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pais Presentes, mesmo na "ausência"

Um dos primeiros contatos de uma pessoa para com outra é o gestual.
Se você se aproxima do outro, sorrindo e fazendo gestos de paz, para acabar com o medo do outro, este verá que você é pacífico. O contato poderá acontecer então, calmamente. No entanto, se um dos dois tiver mais medo do que o necessário, qualquer movimento brusco poderá aumentar este medo e, conseqüentemente, provocar uma atitude de defesa do outro, que farão crescer, pelo medo mostrado, o armamento das duas partes.
Quando temos medo do outro, inevitavelmente nos armamos. Se estamos armados porque precisamos nos defender, geramos no outro a necessidade de se armar, e a arma gera arma. O mais incrível é que o medo resulta de nossas projeções, de nossas fantasias internas e pode provocar as mais diferentes lutas.
Quando um individuo nasce, não sabe quem é, e só se descobre na relação com o outro. E são os pais que mostram inicialmente a realidade do mundo para a criança: ela sabe quem realmente é em função dos espelhos dos pais.
Nós somos a conseqüência dos espelhamentos adquiridos na relação com nossos pais. A relação eu-outro é essencial para o nosso conhecimento e nossa existência.
Se eu tiver uma relação saudável com quem me espelha, se eu perceber que o outro é parte do mesmo todo – e não um ser competitivo e ameaçador – vou interiorizar imagens boas na minha mente e terei menos medo do outro.
Muitos pais não se empenham em educar seus filhos, mas sim mostram aos outros que eles são bem educados. Para muitas pessoas, educação significa criar filhos obedientes, submissos, social e politicamente corretos, por exemplo: os pais tem medo de ter filhos homossexuais, eles não estão preocupados com a felicidade futura de seu filho, mas com os prováveis comentários dos outros sobre seu fracasso como pai.
Esses medos também podem ser transmitidos verbalmente, ou por atitudes inadequadas.
É necessário que os pais estejam presentes nas relações com seus filhos, lembrando, presente não significa morar junto, já que hoje estamos vivendo um momento onde há muitas separações de casais, ele terá a chance de revelar o desconhecido para seus filhos. Pois, determinadas regras e normas que se criam na família e na sociedade, em vez de favorecer a afetividade, estimulam o medo do julgamento dos outros.

Fonte: Botura Junior, Wimer - A Paternidade faz a diferença – 4ª edição – São Paulo: República Literária, 1999.

PARCERIA SEMPRE

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