terça-feira, 16 de novembro de 2010

PATERNIDADE



A paternidade é um assunto renegado quando se aborda a gravidez na adolescência. O acompanhamento da mãe, pelo pai adolescente é pouco significativo, bem como os cuidados com o bebê na maior parte das vezes ficam aquém do desejado por ela.
Na maioria dos casos é a família materna que ajuda na manutenção e cuidados com o bebê. O homem ainda continua se eximindo da responsabilidade sobre os filhos que possa gerar, por mais que o pai interaja com o filho, quando ocorre qualquer interrupção no relacionamento o filho passará a ser responsabilidade da mãe.
A paternidade ainda é um fato não completamente assumido pelo grupo masculino, percebemos que a função paterna ainda se mostra distanciada dele. A gravidez continua sendo um símbolo de masculinidade, mas a paternidade continua como um fator a ser negociado socialmente pelo homem, ela não se resume ao ato da gravidez, e sim em também assumir integralmente o filho.
Já que é na mãe adolescente que surgirão as alterações biológicas e todos os cuidados que uma gravidez gera para o feminino, o distanciamento do futuro pai se mantêm, e as questões de gênero permanecem inalteradas, sendo a gravidez uma questão do feminino e não do masculino.
O adolescente masculino, ainda encontra-se no meio do caminho das suas emoções, ele sente insegurança em assumir a paternidade e ao mesmo tempo não se sente responsável, pois para ele houve apenas um ato sexual sem maiores conseqüências sociais.
As equipes de atendimento do adolescente devem acolher este jovem pai, desmascarando os mitos da sociedade e ajudando-o a se aproximar dos seus sentimentos e a aflorarem para uma masculinidade saudável e responsável.

PARCERIA SEMPRE

Cristina Constâncio - Psicóloga

Bibliografia: Comissão de Saúde do Adolescente, Adolescência e Saúde III, SES, 2008.

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