sábado, 5 de fevereiro de 2011

Perseguição Digital

CONHEÇA OS "STALKERS", EM FUÇAR A VIDA DOS OUTROS

Quem nunca espionou o perfil alheio que atire a primeira pedra! Seja de amigo, desconhecido ou famoso: são poucos os que não cederam à tentação de bisbilhotar os "rastros digitais".
Quem tem a prática como hábito ganhou um nome: "stalker" (do verbo "stalk", perseguir em inglês).
"Faço isso o tempo todo. Quando conheço alguém, logo pesquiso se o que ela disse sobre si era verdade ou mentira", conta Jordânia Santiago, 24. Para ela, a chave são o Google E as redes sociais, como Orkut e Facebook.
Há técnicas mais avançadas para "stalkear", como criar perfis fictícios. É o caso de Cesar Martins, 22.
"[Persigo] amigos com os quais não tenho mais contato e pessoas com quem um dia mantive uma relação. Dificilmente vou atrás de quem não conheço", explica o proprietário da comunidade "Stalker Pride" no Orkut, com mais de mil membros.
Para a psicóloga Andrea Jotta, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, ser "stalker" não é algo necessariamente ruim.
"É o antigo papel da vizinha que ficava na janela acompanhando a vida alheia. Só que, agora, a janela é uma tela", diz.
Como hoje tem muita gente que faz da vida um livro virtual aberto, ficou fácil.
Segundo estudo da McAffe, 25% dos jovens entre 13 e 17 anos já tiveram informações pessoais publicadas on--line sem consentimento.
Para a psicóloga, não é a mania de superexposição que alimenta um "stalker", mas a velha e boa curiosidade. "Uma foto ou um depoimento não correspondem ao âmbito total de nenhuma pessoa. Essa lacuna é preenchida pelas nossas fantasias", pondera.
Estar do lado do "perseguido", no entanto, pode ser bem complicado.
A estudante Daniela*, 25, sentiu isso na pele. Uma ex-namorada criou perfis fictícios para persegui-la.
"Não tenho mais paz, pois ela tenta adicionar todos os meus amigos para me difamar. Desconfio até da minha sombra", explica.

"Leis e questões morais devem valer no mundo digital da mesma maneira que no real", comenta Andrea, ressaltando a necessidade de um maior cuidado ao divulgar informações pessoais.
Para os "stalkers", a psicóloga aconselha reflexão. "Vale a pena perder uma saída com os amigos ou deixar de trabalhar para correr atrás dessas informações?".

SER ‘STALKER’ É...
Começar o dia vasculhando as atividades de amigos no Facebook, no Orkut e no Twitter, só para se manter informado
Entrar em contato com pessoas famosas pelas redes sociais e interagir sempre que possível com elas, ainda que não as conheça pessoalmente
Ver as fotos novas daquela(e) ex que você insiste em não esquecer
Conhecer mais de uma maneira de passar pelo bloqueio de álbuns de fotos em redes sociais e no Twitter... Até ser descoberto novamente
Saber levantar, por meio do santo Google, informações como nome, e-mail, cidade, estado civil, hábitos, hobbies etc.
Ter a cara de pau de bisbilhotar um amigo(a) regularmente e falar com ele(a) como se nada tivesse acontecido. Amigo é pra essas coisas!
Ter ainda mais cara de pau para fazer tudo isso com uma pessoa desconhecida. Como diabos você foi parar na lista de visitantes do Orkut dela? Mistérios da vida 2.0
Conhecer alguém em um show e, sem saber o nome, descobrir o perfil da pessoa vasculhando o Orkut. Namoros sérios começaram assim!
Criar um ou mais perfis falsos (os chamados "fakes") para facilitar o processo e despistar seus alvos. Tudo em nome da informação livre, oras
Entrar em contato com outros ‘stalkers’ para trocar novos métodos. Há quem organize até mesmo encontros ‘stalkers’!

A internet é uma das melhores ferramentas da atualidade, mas se não for usada com discernimento crianças, jovens, ou adultos podem ser vítimas dela.

FABIO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

PARCERIA SEMPRE!

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